O que constitui a Grande Comissão?

 

 

A grande comissão é às vezes chamada de “o ide de Jesus”, que implica Jesus ordenando a igreja a sair pelo mundo evangelizando as pessoas. Apesar da partícula “ide” não estar no imperativo, ela funciona nesta passagem como um imperativo. Eis o texto: 

 

Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século (Mt 28:18-20).

 

A passagem apresenta, sem dúvidas, um chamado de Cristo à igreja para a obra missionária. Negar esse texto tão claro parece ser um expediente fora de ordem. Apenas para uma rápida meditação destaco alguns pontos cruciais desta passagem: 

 

PRIMEIRO, há um mandado de Cristo envolvido: “ide”. Mesmo que objeções possam ser levantadas quanto ao real significado desta pequena palavra na língua grega – algumas gramáticas do grego sugerem o gerúndio indo (e não um imperativo como ide), portanto, fazei discípulos), nada muda em relação à essência do significado dessa passagem. Além disso, há imperativos claros no decorrer da passagem e elementos peculiares da gramática da língua grega que dão força imperativa ao “ide”.

 

SEGUNDO: “fazer discípulos” é o teor da mensagem, o objetivo do “ide”. Fazer discípulos é a missão da igreja realizada na entregar das boas novas (evangelho) aos homens. É a prática da evangelização direta; é anunciar o nome do Filho de Deus, o Salvador Jesus, que morreu crucificado pelos pecados do seu povo, mas ressuscitou no terceiro dia e subiu aos céus e reina para sempre. De maneira simplificada, este é o conteúdo do evangelho que constitui o “fazer discípulos”.

 

TERCEIRO: os discípulos devem ser alcançados em todas as terras. A referência “todas as nações” é uma indicação geográfica e política muito abrangente. Não há limites territoriais na pregação do evangelho. O campo é “toda a terra”. Cristo disse: “e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra”; e nos Salmos já estava revelado que o poder do evangelho seria visto em toda a terra: “Lembrar-se-ão do Senhor e a ele se converterão os confins da terra (Sl 22:27).

 

QUARTO: “batizar” os que creem é mais uma referência ao trabalho da igreja de conformar à fé genuína aqueles que agora são discípulos. Pressupõe instrução doutrinária essencial. Para os batistas, especialmente, esse ponto é valioso, pois o batismo é somente a imersão e crentes em Cristo. Batizar de outras formas ou batizar pessoas se recusam a crer ou que são incapazes de crer, como bebês, não é batismo. Além disso, o batismo é um testemunho da fé ortodoxa, visto que o batismo é trinitário, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. 

 

QUINTO: a grande comissão também é um chamado ao ensino duradouro: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. Essa é uma etapa que só pode acontecer depois da confirmação da fé, pois trata-se de um trabalho doutrinário mais demorado e prolongado. É o verdadeiro discipulado. A expressão “todas as coisas” que compreende o que a igreja precisa ensinar, significa um conteúdo amplo, toda a Escritura. 

 

Portanto, Mateus 28 fala sobre a missão da igreja de sair e pregar o evangelho, fazer discípulos de Jesus, e batizá-los e ensiná-los a sã doutrina. A missão da igreja, considerando seu caráter missionário, deve ser realizada tendo todos os pontos acima em vista. O trabalho missionário é uma obra mais complexa e mais trabalhosa do que a maioria das igrejas está acostumada a pensar. A evangelização envolve trabalho dedicado, fidelidade, zelo doutrinário, tempo e paciência.