A doutrina bíblica da eleição e predestinação

 

 

Sermão em Efésios 1:3-6, sobre a eleição e a predestinação. Baseado na CFB 1689, capítulo 3, Sobre o Decreto de Deus. Pregado em 29/09/2024.

 

 

Irmãos, essa noite vamos para a carta que Paulo escreveu aos Efésios. Então, abram suas Bíblias em Efésios, capítulo 1. Peço à igreja que mantenha a Escritura aberta em Efésios. Essa noite vamos ler do verso 3 ao 6 apenas, e essa é uma passagem muito famosa que o apóstolo Paulo escreveu. Ela certamente está entre as passagens da Escritura que são mais conhecidas, mais lidas nas igrejas. Essa carta que Paulo escreveu aos Efésios, o conjunto dessa carta, a completude dessa carta, também foi lida nas igrejas da região de Éfeso. Em muitas igrejas, muitos pastores fazem exposições nessa carta de Paulo aos Efésios, de maneira que ela é familiar para nós, também muito mais familiar do que outros textos do Novo Testamento.

 

Mas aqui Paulo aborda um tema interessante, igreja, e importante, acima de tudo importante. É um dos temas que os pregadores contemporâneos mais se desviam: a doutrina da eleição e da predestinação. Então, essas duas palavras, por si só, elas já acabam assombrando algumas pessoas. Elas assombram até pastores, porque muitos pastores, como eu disse agora, se desviam desses textos. Quando eles passam por uma passagem que o Espírito Santo usou a expressão “predestinação” ou “eleição”, ou alguma expressão similar, eles saltam essa passagem para não pregar sobre elas. Porque o tema da predestinação é como se fosse uma casa mal-assombrada, que eles não querem passar por ali porque temem alguma coisa. Para alguns pregadores, esta é uma doutrina de demônios. A predestinação e a eleição soberana seriam o que a Escritura chama de ensino de demônios, assim pensam alguns destes. E essas doutrinas, eles dizem, se forem pregadas na igreja, têm o poder destrutivo de acabar com a igreja, de destruir a igreja. Em outras palavras, eles dizem que essas doutrinas são heresias, e não verdades reveladas na Escritura Sagrada, embora os termos estejam na Escritura Sagrada.

 

Outros pregadores fogem dessa doutrina alegando que essas doutrinas causam divisão na igreja e situações de conflito que acabam se tornando irreparáveis, de maneira que, se esses assuntos forem pregados na igreja, a igreja, que é o corpo de Cristo, que somos nós, a igreja vai se dividir entre esses ensinos, alguns vão aceitar essas verdades, outros vão recusar essas coisas, e a igreja vai se dividir, vai entrar em conflito e vai trazer uma instabilidade para a igreja, nociva à igreja. Alguns desses conflitos, eles alegam, são irreparáveis, de maneira que, uma vez que o conflito se instala, ele não pode mais ser resolvido. A igreja será dividida para sempre.

 

Contra essa justificativa de alguns pregadores, ela rapidamente se desmorona, meus irmãos, quando nós somos lembrados de que foi profetizado que o próprio Senhor Jesus Cristo, quando viesse ao mundo, quando o Messias chegasse à terra, Ele seria motivo de divisão. Então, se a predestinação e a eleição não devem ser pregadas porque elas causam divisão na igreja, então nós não deveríamos pregar sobre Jesus, porque a própria Bíblia diz que Jesus causa divisão. Uns vão receber Jesus com amor, com alegria, vão crer no Senhor; outros vão rejeitar o Senhor. Quantas pessoas você conhece no seu círculo de amizade, ou mesmo na sua família, ou talvez no local de trabalho, pessoas que você sabe que rejeitam a Cristo? Eu não estou falando de pessoas que aceitam verbalmente, eu estou falando de pessoas que aceitam e reconhecem Jesus verdadeiramente como Filho de Deus, o Salvador dos perdidos. Quantas pessoas negam essa verdade, não querem saber de Jesus? Muitas, não é? Muitas pessoas. Então, se Cristo é um divisor, como a própria Bíblia diz que Ele é, não deveríamos pregar o próprio Jesus Cristo porque Ele causa, segundo a Bíblia, a ruína de uns e a elevação de outros. Então, Cristo traz divisão sobre a terra.

 

Ainda outros pregadores dizem sobre a doutrina da eleição e da predestinação que, na verdade, esses grupos de pregadores a que eu me refiro agora acabam distorcendo o ensino bíblico sobre esse tema. Fazem violência ao texto da Bíblia, ao texto sagrado, afirmando aquilo que o texto não afirma, por um lado, e deixando de afirmar aquilo que o texto diz. Então, estes pregadores, quando falam da predestinação e da eleição, eles dizem aquilo que a Bíblia não diz sobre o tema e deixam de dizer aquilo que a Bíblia claramente fala, aquilo que a Bíblia claramente ensina sobre esse tema. Aqui nós temos vários exemplos, desde a velha heresia pelagiana, que ensina que o homem é capaz de ir a Deus por sua própria capacidade, até os erros dos arminianos, que não é tão horrível quanto o pelagianismo, mas igualmente nega a verdade da revelação ao atribuir ao homem mais do que o que ele é, ou do que ele tem, do que a capacidade que o homem tem.

 

Então, meus irmãos, todos esses exemplos de um mau entendimento da doutrina da eleição, da predestinação, o medo de falar sobre eleição e predestinação, a distorção dessas doutrinas, todos esses exemplos que eu citei para vocês acabam por roubar a glória de Deus e diminuir a obra do nosso Senhor Jesus Cristo, além de supervalorizar o homem. Nós temos aqui talvez uma das maiores expressões do homem moderno, da pós-modernidade. O homem moderno se julga um campeão, se julga uma pessoa, um ser que não precisa de nada e nem de ninguém. Ele é capaz de dar conta de todas as coisas por si mesmo. Ele é inteligente, forte, sábio, acha que ele consegue resolver qualquer coisa por si mesmo, e, por outro lado, o homem moderno, pensando assim, nega o que a Bíblia ensina sobre ele, sobre o homem, e, ainda mais, e pior ainda, rouba a glória de Deus quando não dá a devida glória que pertence tão somente ao Senhor, o nosso Deus.

 

No início dessa carta que vamos já fazer a leitura de Efésios, o apóstolo Paulo, aqui nos versos 3 até o verso 14, irmãos, na língua original em que esse texto foi escrito, o grego koiné, o grego que era falado na época de Paulo, dos apóstolos, esse texto, do verso 3 ao verso 14, olhem para a sua Bíblia, vejam o tamanho dessa passagem, ponham seu dedinho no começo do versículo 3 e o outro no final do versículo 14, olhem o tamanho dessa passagem, irmãos. Na língua original, nós temos aqui uma única sentença, uma palavra, uma frase longa que Paulo está dizendo de um só fôlego, de uma só respirada. Paulo escreve sobre a grandeza de Deus na eleição e na predestinação de um povo, na pessoa maravilhosa do nosso Senhor Jesus Cristo. É o começo mais esplêndido, mais arrebatador de todas as epístolas escritas pelo apóstolo Paulo. Das 13 epístolas que ele escreveu, nenhuma delas começa de maneira tão avassaladora, tão poderosa, de maneira tão exaltante ao Deus todo-poderoso, como essa de Efésios, capítulo 1, do verso 3 ao 14. Porque Paulo está aqui, de um fôlego só, expressando o louvor a Deus pela eleição e a predestinação, pela bondade de Deus, pela glória de Deus em salvar pecadores. E ele usa aqui várias expressões maravilhosas, irmãos. Então, nenhuma das cartas de Paulo começa de maneira tão brilhante, tão poderosa como a epístola aos Efésios. É um dos trechos da Escritura, de toda a Bíblia, mais fascinante e mais glorioso já registrado. Efésios 1, do verso 3 ao 14.

 

Todas essas coisas gloriosas que são aqui proclamadas, que Paulo fala, todas as coisas que Paulo vai falar, todo o argumento, se você for juntar tudo isso, vai redundar, vai convergir para a glória de Deus. É o que Paulo tem em mente. O apóstolo quer glorificar a Deus com as coisas que Deus fez, em especial a eleição e a predestinação do seu povo. É por isso que aqui ele explode nesse louvor a Deus, numa sentença tão alongada como nenhuma outra em toda a Bíblia. Porque ele quer exaltar o Deus que escolheu homens para a salvação, homens pecadores, homens perdidos, condenados, e, mesmo assim, na sua graça, Deus escolhe esses homens, limpa esses homens e os predestina ao destino eterno, à salvação, por meio do Senhor Jesus Cristo. Então, ele quer louvar esse Deus. A intenção de Paulo é glorificar esse Deus. Essa é uma passagem, irmãos, que fala de louvor e de glória e de majestade do Deus todo-poderoso. É o que Paulo tem em mente, é o que Paulo deseja que os Efésios, ao receberem esta carta, entendam: Deus deve ser e merece ser glorificado pela eleição e pela predestinação. Aqui, igreja, nós temos o plano triunfal de Deus em seu amado Filho, para salvar aqueles que foram eternamente eleitos e predestinados para a vida eterna. Cada ponto mencionado aqui, dos versos 3 ao 14, cada ponto que Paulo apresenta, desde a eleição até a redenção no sangue de Cristo, é um louvor à gloriosa graça de Deus. Então, quando o apóstolo Paulo diz que fomos eleitos em Cristo, ele está glorificando a Deus por nos dar Cristo, o Senhor Jesus. Quando ele fala da redenção no sangue de Cristo, ele está exaltando o sacrifício de Jesus, que nos resgatou da condenação. Cada detalhe dessa passagem aponta para a majestade de Deus e o propósito eterno de salvar pecadores por meio de Seu Filho.

 

Paulo, com uma única sentença longa e poderosa, expressa sua gratidão e adoração ao Senhor. Ele quer que a igreja em Éfeso, e todos nós hoje, compreendamos a profundidade do plano divino. Nada é por acaso, e a eleição e a predestinação não são doutrinas a serem temidas, mas verdades que mostram a glória de Deus. Elas nos lembram que a nossa salvação não depende de nós mesmos, mas da soberana vontade de Deus e do Seu amor infinito. Deus, em Sua infinita sabedoria, escolheu pecadores para serem redimidos, não porque mereciam, mas por Sua graça e misericórdia.

 

O homem moderno, ao rejeitar essas doutrinas, nega a soberania de Deus e tenta exaltar a si mesmo. Mas Paulo, nesta carta, reafirma a glória de Deus e a supremacia de Cristo em todas as coisas. Ele nos lembra que somos predestinados para a salvação, não por obras que realizamos, mas porque Deus, antes da fundação do mundo, nos amou e nos escolheu. Essa verdade deve nos levar a uma vida de gratidão, adoração e serviço ao Senhor. eleito por Deus antes da fundação do mundo, e essa eleição não depende de nada que você fez ou poderia fazer, mas unicamente da graça e misericórdia de Deus. Ele está glorificando a Deus pelo sacrifício que foi necessário, e prontamente Cristo tomou o nosso lugar. Então, em cada ponto aqui nessa longa sentença, há um louvor a Deus. Há um desejo no coração do apóstolo Paulo de exaltar o grande Deus, o Senhor e Salvador. Meus irmãos, é de fato uma verdade maravilhosa que temos em mente aqui.

 

Se é assim, meus irmãos, se Efésios 1, do verso 3 ao 14, fala desta grandeza, dessa glória de Deus por causa da eleição e da predestinação, se de fato é assim, por que eu deixaria de pregar coisas tão elevadas e tão gloriosas como a doutrina da eleição e da predestinação, que exalta tanto a Deus, que glorifica tanto a Deus? Por que eu deixaria de pregar algo que traz plena certeza de salvação aos pecadores? Porque, queridos irmãos, se há algo que assegura a salvação dos pecadores, é a verdade de que Deus elegeu um povo para salvar. Se não houvesse eleição, a salvação estaria em suspenso. Se a salvação não dependesse da eleição, mas dependesse apenas do homem, o homem poderia se perder para sempre. Mas a eleição divina garante a salvação dos pecadores. Se Deus elegeu, Deus salvará os eleitos. Se Deus predestinou para a vida eterna, o destino desses eleitos é a salvação gloriosa, a vida eterna em Cristo Jesus para sempre.

 

Então, essa doutrina traz paz, tranquilidade, alegria e gozo ao nosso coração, certeza de salvação. Por que eu deixaria de pregar? Por que eu deixaria de falar essas coisas? E, mais importante, mais importante de tudo, irmãos: por que eu deixaria de pregar sobre a eleição e a predestinação, verdades tão majestosas como estas, que promovem a glória de Deus? Porque, mais importante do que você ser salvo, eternamente salvo, é Deus ser glorificado nisso. O Catecismo de Westminster, na sua pergunta número um: qual é o fim principal do homem? Alguém lembra? O fim principal do homem é conhecer a Deus e gozá-lo para sempre. Esse é o fim para o qual Deus criou o homem: para glorificar e gozar do próprio Deus.

 

Deus é o nosso grande tesouro, irmãos, e Ele fez o homem para usufruir d’Ele mesmo, para gozar d’Ele mesmo, para estar com Ele. E, além disso, Paulo escreve que nós devemos fazer todas as coisas na nossa vida, do acordar ao levantar, tudo que você fizer no seu trabalho, na escola, qualquer coisa, deve ser feita para a glória de Deus. Porque a Escritura prevê que o fim de todas as coisas deve ser sempre dar glória a Deus, dar glória a Deus. Então, esta doutrina, que agora vamos fazer a leitura, promove a glória de Deus. Guardem isso no vosso coração: a doutrina da eleição e da predestinação promove a glória do Deus soberano e todo-poderoso.

 

Olhem para as suas Bíblias, Efésios 1, verso 3 ao 6. Irmãos, o texto diz, palavras do apóstolo Paulo:

 

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo, conforme nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d’Ele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo a complacência da sua vontade, para louvor da glória da sua graça, pela qual nos fez aceitáveis a si no Amado.”

 

Veja, isso é só um pedaço, é só o começo desses versos, irmãos, desses 11 versículos que são, como eu disse a vocês, uma só expressão. Não há um ponto senão o ponto final no verso 14 do texto original. Paulo fala tudo isso como uma explosão de louvor a Deus. Os nossos pais no passado — e eu preciso falar isso para os irmãos, porque hoje essa doutrina também é refutada por muitos Batistas, infelizmente. Muitos dos nossos pais Batistas se desviaram da Palavra de Deus nesta doutrina, querida igreja, nesta doutrina. Mas não foi assim no passado. Os documentos que os nossos pais nos legaram à posteridade afirmam a fé que eles professavam nos primeiros dias, no século XVII.

 

A nossa Confissão de Fé, no capítulo 3 — eu gostaria de fazer uma rápida leitura aos irmãos. No capítulo 3 diz o seguinte: “Confissão de Fé Batista de 1689, Capítulo 3, parágrafo 3. O texto diz:

 

“Por meio do decreto de Deus, e para a manifestação da sua glória, alguns homens e anjos são predestinados ou preordenados para a vida eterna por meio de Jesus Cristo, o nosso Senhor.”

 

Até aqui é suficiente, irmãos. Essa é a ideia que o apóstolo Paulo tem em mente ao escrever aos Efésios. Lembre-se, ele escreve para a igreja, para os crentes da cidade de Éfeso. Ele fala da eleição deles, ele fala da predestinação deles, que eles devem glorificar a Deus por tamanha graça recebida.

 

Porém, irmãos, é importante frisar, embora este não seja o pensamento de Paulo aqui no texto, que a eleição não é só de homens. A eleição também é de anjos, porque a Bíblia fala de anjos que caíram do seu estado original. Satanás é um deles, e há anjos que preservaram o seu estado original como foram criados. Esses anjos que preservaram o seu estado original são o que a Bíblia chama de “anjos eleitos”, antes da fundação do mundo, para a manifestação da glória de Deus. “Alguns homens e anjos”, diz o texto da nossa confissão, “foram predestinados ou preordenados para a vida eterna.” Apenas para frisar a questão angelical, meus irmãos: em Primeira Timóteo, capítulo 5, verso 21, está escrito. Paulo diz a Timóteo: “Conjuro-te diante de Deus, de Cristo Jesus e dos anjos eleitos.” Vejam em suas Bíblias. Paulo faz menção a anjos eleitos; ele sabe que, dentre toda a criação angelical, Deus escolheu e elegeu alguns anjos.

 

Em Judas, capítulo 1, versículo 6, a Escritura diz — palavras de Judas, não o traidor: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, em prisões eternas, até o juízo daquele grande dia.” Aqui, ao contrário dos anjos eleitos, a Escritura, por meio de Judas, está falando de anjos que deixaram o seu estado original, caídos, anjos como Satanás e como todos os demônios que o acompanharam. Em Mateus, capítulo 25, verso 41, o texto também diz: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” Aqui também Mateus está fazendo referência aos anjos que não guardaram o seu estado de pureza e pecaram contra Deus, anjos preteridos, não os anjos eleitos de Deus.

 

Essa doutrina também foi pregada por Agostinho no século V da Igreja e, mais tarde, foi reafirmada pelo teólogo da Igreja Católica Romana, São Tomás de Aquino, que também tratou dos anjos eleitos de Deus e dos anjos caídos, que não guardaram o estado de pureza e pecaram contra Deus. Porém, ainda que o apóstolo Paulo, em Efésios 1, do verso 3 ao 14, e aqui especialmente do verso 3 ao 6, o nosso texto dessa noite, não mencione esses anjos eleitos ou caídos, é verdade que a eleição de Deus é abrangente, irmãos. A eleição abrange toda a criação moral que tem capacidade de fazer escolhas, fazer o bem ou fazer o mal, e estes são os homens e os anjos de Deus.

 

Aqui, Paulo tem em vista somente os homens porque ele está querendo falar apenas com os crentes de Éfeso. Mas essa era uma doutrina conhecida pelo apóstolo Paulo também, como vimos em Timóteo, quando ele fala na sua primeira carta a Timóteo sobre os anjos eleitos. Mas o que é interessante nessa passagem acerca da eleição e da predestinação, e o motivo pelo qual nós não devemos passar por esses ensinamentos com medo deles, não devemos nos desviar deles, é porque, queridos irmãos, eles não são apenas um consolo para a nossa alma. Você é salvo em Cristo Jesus porque você foi escolhido por Deus. Pense bem. A eleição da graça de Deus alcançou você e a sua vida, e é por isso que um dia você olhou para Cristo, porque você foi um eleito. Naquele dia e hora em que o Senhor determinou salvá-lo, Ele o fez com o Seu poder, enviando o Espírito Santo e concedendo a você o dom da fé para crer em Jesus, o Salvador. Se não fosse pela eleição, você jamais creria. Se não fosse pela predestinação divina, você jamais herdaria a vida eterna.

 

Então, essa doutrina é importante por causa disso. Talvez você imagine que ela é extremamente relevante, ou até a doutrina mais importante para você, por causa disso. Mas, na verdade, não é. Como eu disse a você e como Paulo destaca aqui, o maior ponto dessa doutrina não é a salvação do pecador, mas a glorificação de Deus. Toda vez que um pecador atribui a sua salvação ao Deus supremo, como Paulo está fazendo aqui, reconhecendo a eleição deste Deus soberano, a escolha divina e a predestinação, ele está exaltando ao Deus da eleição e da predestinação.

 

Quando você ora, pode curvar sua cabeça e dizer: “Ó Senhor, meu grande Deus, eu louvo o Teu nome. Eu Te agradeço pela salvação, porque, se o Senhor não me salvasse, se o Senhor não tivesse me escolhido antes da fundação do mundo, como está escrito aqui e lemos agora, se o Senhor não me predestinasse para a vida eterna, jamais eu poderia trilhar esses caminhos de salvação. Eu rejeitaria as ofertas do Evangelho. Eu diria ‘não’ a Cristo. Eu seria como um inimigo do Senhor para sempre. Mas louvado seja o Teu nome. Graças a Deus pela eleição, por me escolher, por olhar para mim, pecador, e me escolher soberanamente. O Senhor não viu nada em mim de bom, não viu uma fé futura em mim. Nada em mim levou o Senhor a me escolher; foi somente a graça soberana de Deus.”

 

Quando o pecador diz isso, irmãos, Deus é glorificado, porque você está atribuindo toda a sua salvação a Deus, exaltando o Senhor. É isso que Paulo está dizendo aqui. Se você olhar com cuidado, Paulo começa o verso 3 dizendo: “Bendito seja Deus.” Veja isso: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Por que ele está dizendo que Deus é bendito? Veja: “Porque nos abençoou com todas as bênçãos espirituais.” A primeira expressão de louvor e glória a Deus que o apóstolo Paulo apresenta aqui no verso 3 é uma menção a todas as bênçãos espirituais que Deus trouxe sobre o Seu povo, a igreja.

 

A eleição e a predestinação são apenas duas dessas bênçãos espirituais. São coisas maravilhosas de Deus, mas isso não é tudo. Há mais do que eleição e predestinação nessas palavras do apóstolo Paulo. Quando ele fala de toda sorte de bênçãos espirituais, refere-se a todas as bênçãos que Deus nos deu em Cristo Jesus. O arrependimento dos pecados, por exemplo, a Bíblia nos diz que é um dom de Deus, uma dádiva divina. Você só se arrepende dos seus pecados quando Deus lhe concede o arrependimento. Não se iluda pensando que você pode se arrepender quando quiser.

 

Muitas vezes ouvimos pessoas dizendo por aí — e eu, como pregador, já exortei até amigos meus — “Olha, arrependa-se, querido amigo, porque se você não se arrepender desses pecados que está cometendo, você terá como pagamento o salário da morte eterna.” E muitos respondem: “Vou me arrepender quando estiver mais velho, mais perto da morte. Ainda vou brincar, vou me divertir, aproveitar minha vida. Mas, pastor, quando eu estiver mais velho, me arrependerei.” Como se o arrependimento estivesse sob o controle deles! Mas não, irmãos, o arrependimento é um dom de Deus. Paulo diz a Timóteo: “Prega para ver se, porventura, Deus concede o arrependimento.” É Deus quem concede o arrependimento.

 

O arrependimento é uma das bênçãos espirituais que Paulo tem em mente quando fala de todas as bênçãos espirituais. A Bíblia afirma que a eleição e a predestinação garantem que somos parte do povo de Deus, da família de Deus. Por isso, somos adotados como filhos, como parte da família divina. A adoção é, portanto, outra bênção espiritual que o apóstolo Paulo menciona. Quando o texto começa no verso 3: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos espirituais”, Paulo inicia um grande louvor a Deus, mencionando essas bênçãos generalizadas que recebemos por meio de Jesus Cristo.

 

Irmãos, o Evangelho é por meio de Jesus Cristo. Todas as bênçãos, diz o apóstolo Paulo — olhem para o verso 3, por favor — “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais, em Cristo.” Todas as bênçãos são em Cristo. A eleição é em Cristo: “eleitos em Cristo Jesus”, diz o texto. A predestinação é em Cristo. A adoção é em Cristo. Em Cristo, somos feitos filhos de Deus. Tudo é em Cristo. Por isso, Jesus, o Senhor, é o centro do Evangelho e deve ser glorificado juntamente com Deus Pai e o Espírito Santo. Ele é o centro de todas as bênçãos que Paulo tem em mente aqui no versículo 3.

 

Deus também é bendito, conforme o apóstolo Paulo, porque nos escolheu. Veja: “Nos escolheu nele,” isto é, em Cristo, “antes da fundação do mundo.” Aqui há algo interessante para nossa meditação e louvor a Deus: o próprio ato dessa escolha soberana do Senhor. Vou lhe perguntar uma coisa: aliás, não precisa me responder, mas mentalize a resposta. Você merece a eleição? Olhe para si mesmo. Não quero que outro julgue você; quero que você mesmo se julgue. Você se conhece. Você conhece o secreto do seu coração, os desejos, os pensamentos mais íntimos. Você merece a eleição divina? Você merece ter sido escolhido para a salvação?

 

Não se compare com outra pessoa. Eu quero que você olhe apenas para si mesmo agora. Pense em você mesmo: “Eu sou tão maravilhoso que Deus realmente tinha que me escolher porque eu sou bom demais?” Irmãos, essa não é a imagem que a Bíblia faz de nós. A imagem que a Bíblia demonstra a nosso respeito, que ela proclama sobre nós, é contrária a tudo isso. A imagem bíblica é que somos grandes pecadores desde a infância, desde o nascimento. Davi diz: “Em pecado me concebeu minha mãe.” E Davi não estava falando de uma concepção ou de um ato sexual pecaminoso. Ele não está dizendo que foi gerado por meio de uma relação sexual pecaminosa; ele está afirmando que desde a sua concepção ele é um pecador, que já traz o pecado enraizado em sua natureza pecaminosa. Ele é mau, e ele sabe disso. Esse é o retrato que a Bíblia faz de todos os homens, filhos de Adão: todos são pecadores.

 

Então, se você for bem honesto, terá que admitir o seguinte: “Eu não merecia ser eleito. Eu não merecia ter sido um dos escolhidos por Deus.” Como Paulo diz no verso 4: “Conforme ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo.” E, de fato, irmãos, Deus também sabe que você não merecia. Deus sabe isso melhor do que você, porque Deus não falha em Sua percepção, em Seu entendimento. Ele sabe quem você é. Talvez alguns pensem que há algum resquício de bondade: “Eu sei que faço coisas erradas, mas também faço coisas boas. Sou um pouquinho bom.” Mas esse não é o retrato bíblico do homem. O retrato bíblico é que ele é uma criatura totalmente depravada em seus pecados. Essa é a verdade. Seu coração não é bom; seus sentimentos e desejos não são bons, e Deus sabe muito bem disso. E aqui está a maravilhosa graça: mesmo assim, Ele nos escolheu em Cristo para nos salvar.

 

Deus não fez isso porque gosta do pecado, porque deseja salvar homens que vivem no pecado. Não, irmãos! Ele escolheu pecadores para purificá-los com o sangue de Jesus Cristo, para transformá-los em novas criaturas, para aperfeiçoá-los. Foi isso que o Senhor Jesus fez com todos os seus eleitos e continuará a fazer com aqueles que Ele ainda há de chamar. Foi isso que Cristo fez conosco. Veja, Paulo continua: “Nos escolheu em Cristo, ou nele, antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e sem culpa diante dele, em amor.” É impossível, irmãos, que eu, você ou qualquer cristão na face da terra, de qualquer igreja, seja perfeito em santidade, sem culpa diante de Deus. Isso é impossível. Você sabe que não pode se apresentar diante de Deus e dizer: “Senhor, eu não tenho pecado,” porque você sabe que tem pecados.

 

Eu não estou dizendo que você é o maior pecador de todos. Talvez alguns homens sejam mais pecadores do que você, tenham cometido mais pecados que você, sejam piores em termos de maldade. Mas o fato é que você também é pecador. Adão foi condenado eternamente por desobedecer a Deus ao comer um fruto que Deus havia proibido. Esse foi o terrível pecado de Adão: a transgressão do mandamento do Senhor. E todos nós somos transgressores, todos pecamos contra Deus. Então, quem pode se apresentar diante de Deus santo e sem culpa, em amor? Quem pode? Ninguém, irmãos. Ninguém pode, a menos que sejamos representados ou substituídos, e foi exatamente isso que Deus fez em Cristo Jesus.

 

Hoje pela manhã, eu falei aqui para vocês: quando Deus olha para você, um homem pecador, Ele não vê pecados em você. E Deus não é cego; Ele vê melhor do que todos. Ele não vê pecados em você porque os pecados que estavam em você foram lançados sobre Seu Filho. Agora, quando Deus olha para você, Ele vê a justiça de Seu Filho sobre você. Essa é a substituição de que a Bíblia fala. Quando Deus olha para você, Ele vê a pureza de Cristo. Um puritano disse algo fantástico, na minha humilde opinião. Ele disse — e eu vou parafrasear: “Acreditem, irmãos, quando Deus olha para você, Ele vê Jesus Cristo. Ele não vê você mesmo; Ele vê o Seu Filho precioso, puríssimo, sem pecado, glorioso, obediente, perfeito em santidade. Ele vê Cristo porque Cristo tomou o seu lugar. Cristo substituiu você.” O sangue do Cordeiro de Deus foi derramado para purificar você dos seus pecados. Deus não vê pecados em você porque seus pecados estão sobre Jesus na cruz do Calvário. O preço foi completamente pago pelo Salvador.

 

Aquele hino famoso que cantamos na igreja, “Alvo Mais Que a Neve” — os irmãos devem ter percebido que eu gosto de cantá-lo desde o primeiro dia em que vim para esta igreja, há oito anos. Eu gosto de cantar o refrão: “Mais alvo do que a neve estou, porque o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” Essa é a promessa do Evangelho, irmãos. Então, como podemos nos apresentar diante de Deus como Paulo diz aqui? Nós somos eleitos, escolhidos para estar diante de Deus santos e sem culpa diante d’Ele. Como isso é possível? Somente por meio de Cristo, o nosso Senhor e Salvador, o nosso representante, o Cabeça Federal da Aliança da Graça. Se não for por Cristo, como podemos estar diante d’Ele?

 

O Salmo 15 pergunta: “Quem pode subir ao trono de Deus e estar com Deus e glorificá-Lo?” A resposta é: “Aquele que tem o coração puro e sem mácula, que não peca e obedece.” E eu me pergunto: “Quem, Deus? Quem pode estar no Teu trono e Te adorar?” Só aqueles que estão em Cristo, irmãos. Somente esses. Então Paulo diz no verso 5 que Ele nos predestinou para sermos filhos de adoção por meio de Jesus Cristo, para si mesmo, segundo a complacência da Sua vontade.

 

Nós, irmãos, antes de Cristo… Eu não sei quem é o mais novo convertido desta igreja, sinceramente não sei. Mas mesmo o mais novo convertido, antes de se tornar cristão, segundo a Bíblia, era filho do diabo. Esse é o testemunho da Escritura Sagrada. Quando os fariseus interrogaram Jesus, eles disseram: “Nós somos filhos de Abraão. Abraão, o hebreu, é nosso pai.” E o Senhor Jesus responde: “Vós sois do diabo, que é o vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos.” A igreja, que agora é filha de Deus, até pouco tempo atrás era filha do diabo. E Paulo está dizendo, irmãos, que, quando Ele nos predestinou, Ele nos adotou para Si mesmo como filhos de Deus, em Cristo. Paulo está afirmando a mesma coisa que Jesus disse aos fariseus, mas com outra linguagem. Ele está dizendo que, antes de sermos adotados e nos tornarmos filhos de Deus, não éramos filhos de Deus. Se não éramos filhos de Deus, de quem éramos filhos? Do diabo, irmãos.

 

Não temam estas coisas; não temam estas verdades que são profundas e também dolorosas, mas são a verdade, a revelação do Espírito Santo por meio de Sua Palavra. Não temam estas coisas. Nós não somos chamados para ofender as pessoas. Não saia por aí dizendo às pessoas que não são crentes que elas são filhas do diabo. Esta é uma verdade, mas você não precisa chegar falando essas coisas do nada. Antes, chame as pessoas a se tornarem filhos de Deus. Convidem-nas a aceitar Jesus Cristo como seu irmão mais velho, a confiar na sua salvação em Cristo Jesus, porque, se crerem em Jesus, se tornarão filhos de Deus.

 

Mas essa é uma verdade da qual não podemos nos desviar. “Ah, mas se eu falar sobre isso, aquela pessoa vai se ofender. Se eu ensinar isso, aquele irmão não vai gostar.” Nós não podemos agir assim, porque Deus nos deu a Sua revelação, e Ele é glorificado em toda a Sua Palavra, em todas as grandes coisas. Mas veja bem, Paulo termina… Aliás, eu vou terminar esta parte do argumento de Paulo, porque o argumento prossegue, mas vou encerrar com o que ele diz no verso 6, lembrando que todas essas coisas que vimos até aqui: no verso 3, todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais; no verso 4, a escolha e eleição divina; ainda no verso 4, a santificação e purificação dos pecados em Cristo Jesus; e no verso 5, a predestinação e a adoção em Jesus Cristo. Tudo isso, Paulo diz no verso 6, é “para o louvor da glória de Sua graça.”

 

Essa pequena frase no versículo 6, “para o louvor da glória de Sua graça, pela qual nos fez aceitáveis no Amado” — o Amado é Cristo, é Jesus, que Paulo tem em mente. Essa pequena frase, irmãos, diz muita coisa sobre Deus. A eleição e a predestinação, primeiro… Eu encerro com esta explicação final. Em primeiro lugar, essas coisas promovem o louvor a Deus. Enquanto eu prego estas grandes verdades, irmãos, ou quando vocês leem estas grandes verdades nas Escrituras, vocês devem louvar a Deus. Enquanto eu falo sobre a eleição, pense: “Eu sou um eleito de Deus.” E você deve dizer: “Louvado seja Deus.” Você deve louvar, porque Paulo diz que tudo isso é para o louvor de Deus, para que você exalte a Deus.

 

Quando o pastor está pregando sobre a predestinação divina, você deve dizer: “Louvado seja Deus que me predestinou para a vida eterna em Jesus Cristo, Seu Filho.” Essas coisas são para o louvor de Deus, irmãos. Mas Paulo também diz que essas coisas são para o louvor da glória de Deus. Louvor… e agora, o louvor da glória. O que seria, na perspectiva paulina, o louvor da glória? Você já parou para pensar nessa expressão? Como é que você vai louvar a glória de Deus? Pare um pouco e pense nisso.

 

Vamos pensar assim: quando Deus elege um pecador, Ele é glorificado nisso. Isso significa que o pecador reconhece a grandeza de Deus, a bondade de Deus, Seu amor, Sua misericórdia, e ele louva a Deus por essas coisas. E Deus é glorificado por isso. Louvar a glória, irmãos, não é simplesmente pensar em louvar a Deus, mas louvar a própria glória que há em Deus em realizar todas essas boas obras, todos esses atos de salvação. Sabe quando você se alegra com o sucesso de alguém? Alguém se deu muito bem na vida, de maneira honesta, trabalhou e conquistou algo, e você louva a Deus pelas conquistas daquela pessoa, pelos méritos que aquela pessoa alcançou com seu trabalho? Louvar a glória é algo parecido com isso. É você louvar a gloriosa bondade de Deus, por exemplo. É você louvar a magnitude do poder de Deus em escolher e salvar pecadores, homens caídos.

 

Paulo diz que é “para o louvor da glória,” e aqui vem algo maravilhoso: “de Sua graça.” Louvar a gloriosa graça de Deus. E a graça, irmãos, é o triunfo do pecador. A graça significa que não há obras humanas envolvidas; tudo é de graça. É como você atender à campainha da sua casa num certo dia. Você abre a porta, e lá está um amigo ou amiga com um presente maravilhoso, algo que você realmente queria muito. E você pergunta: “O que é isso?” E ele responde: “É um presente para você.” “Quanto custa?” “Nada, é de graça, é um presente.” E você recebe o presente, agradece, entra na sua casa, começa a olhar, a pegar, e é uma coisa boa, não é? Você planeja coisas com aquilo, e depois pensa na pessoa que te deu. Talvez você diga: “Poxa, eu pensei tão mal dessa pessoa… Eu até falei mal dela um dia para alguém, e agora ela me traz esse presente.” Isso é graça.

 

A graça de Deus é exatamente isso: um favor que não merecemos. Porque a Bíblia diz que éramos inimigos de Deus. Paulo afirma isso em suas cartas aos Coríntios e aos Romanos: inimigos de Deus. E Deus decide se aproximar e se reconciliar conosco. Deus, a parte ofendida, procura a parte ofensora e faz as pazes com ela. Graça, irmãos! Tudo o que temos é graça de Deus cuida desde as coisas menores. Eu não estou falando apenas das coisas espirituais. Desde a sua saúde — você tem saúde? É Deus quem mantém sua saúde, é Deus que sustenta com Sua mão bondosa e poderosa a sua saúde, com o propósito que Ele tem para que você viva. As roupas que você veste? É Deus quem dá o sustento e a vestimenta para você. As coisas mais básicas, como sua comida, a água que você bebe, tudo isso chega até você gloriosamente. Há um Salmo nas Escrituras em que Deus diz que a criação se alegra com Ele, que os leões, os animais das montanhas, buscam do Senhor o sustento, a água para beber, e a comida no campo onde vão pastar. Toda a criação busca de Deus, e nós não somos exceção. O carro que você tem, a casa que você possui, o emprego que você mantém, todas as coisas, o lugar que você ocupa, tudo isso é graça de Deus.

 

Mas há coisas muito maiores do que essas, e certamente a salvação é uma graça muito maior. O Senhor Jesus diz: “O que daria o homem em troca de sua alma?” É uma pergunta retórica, porque o homem daria qualquer coisa para não perder sua alma eternamente. E nós recebemos isso de graça, pelo sangue do Cordeiro. E eu sempre lembro a vocês, e quero terminar com isso: não confundam graça com algo sem custo. Entendam, é graça para você, mas houve um custo para Jesus, que substituiu você na cruz. Para Jesus, a salvação custou a vida. Para você, é graça apenas; você recebe sem esforço.

 

Por isso, irmãos, essas doutrinas promovem, sobretudo, a glória de Deus para o louvor da glória de Sua graça. Pensem sempre nisso: eleição e predestinação devem me fazer adorar o Senhor, meu Deus. Devem me fazer olhar para Jesus Cristo, o Salvador e Substituto do Seu povo, com grande agradecimento, confiança e entusiasmo. Alegre-se quando ouvir pregações sobre a eleição e a predestinação. Alegre o coração quando passar por uma passagem bíblica em que esteja estampado: “Ele vos escolheu, elegeu e predestinou.” Alegre-se com isso, porque isso exalta a Deus mais do que qualquer outra coisa. Rebaixa o pecador, é claro, mas exalta o Senhor e a Sua glória. Alegre-se com isso, igreja. Pense sempre em Jesus Cristo, seu grande Salvador, como a grande dádiva de Deus para você. O bem mais precioso é o Filho de Deus. Que Deus seja louvado e que o Senhor nos abençoe.

 

Vamos orar. Curve sua cabeça.

 

Amado Deus, nosso Pai, em nome de Jesus Cristo, Teu Filho, nós queremos agradecer ao Senhor por esta noite. Louvar e bendizer o Teu nome santo e precioso, Senhor, por todas as boas obras realizadas em nosso favor. Deus, abençoa toda a igreja, todo o povo que está aqui neste lugar. Abençoa aqueles, Senhor Deus, que vieram para ouvir o Teu evangelho, e que esta palavra seja plantada em seus corações e os incomode, Senhor Deus, com o Espírito Santo, para que eles lembrem de Jesus, o Salvador da vida. Ó Deus amado e bendito, tenha misericórdia dos pecadores. Traga-os, Senhor, ao arrependimento de seus pecados, para que confessem a Jesus como Senhor e Salvador, entregando suas vidas e confiando plenamente nele e unicamente nele. Senhor, abençoa os que estão aqui para que retornem aos seus lares debaixo da Tua proteção. Que retornem a seus familiares, aos seus lares, e que tenham uma ótima semana. Que a mão do Senhor esteja sobre toda a igreja. Que todos os que estão aqui esta noite sejam abençoados e nutridos com o Espírito de Deus e a Tua Palavra. Esta é a nossa oração, Senhor, no nome santo de Jesus, Teu Filho. Amém!