A decreto eterno da reprovação

 

Sermão em Romanos 9:22-23, sobre na doutrina da preterição. Baseado na CFB 1689, capítulo 3, Sobre o decreto de Deus. Pregado em 13/10/2024.

 

 

Depois da Segunda Guerra Mundial, muitas áreas de combate ficaram conhecidas como zona vermelha. Isso porque centenas de minas terrestres, bombas, foram plantadas na época e jamais foram retiradas ou desativadas. Elas continuam lá, prontinhas para explodir. De vez em quando ouvimos a notícia que uma dessas minas explodiu num certo lugar ou que foram encontradas várias delas em certa propriedade. Quando isso acontece, especialistas são enviados para desativar as minas e verificar se não há mais minas enterradas na área.

 

A doutrina que vamos examinar essa noite é como um campo minado que tem gerado explosões em muitas igrejas. A doutrina da rejeição e condenação eterna de alguns homens. Muitos crentes figuradamente “explodem” ao passar por essa doutrina, e o estrago acaba sendo bem grande. É necessário desarmar essas minas terrestres da doutrina da reprovação, seguindo as diretrizes do seu fabricante em seu manual de desarmamento: a Bíblia. Vamos lá. Vamos passar pela doutrina da reprovação.

 

“Mas, ó homem, quem és tu, para que contestes a Deus? Dirá a coisa formada ao que a formou: Por que tu me fizeste assim? 21 Não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? 22 E se Deus, disposto a demonstrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a destruição, 23 para que ele também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que antes ele já preparou para glória, 24 até nós, a quem ele chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Rm 9:20-24).

 

Nesta passagem, a argumentação de Paulo é simplesmente avassaladora. Ele está respondendo às objeções de algumas pessoas em relação à soberania de Deus quanto à eleição e rejeição ou preterição divina. O assunto começa em Romanos 9, quando ele defende a ideia de que a eleição de Israel para a salvação não falhou. Paulo faz menção à palavra da promessa em relação a Isaque: “Em Isaque será chamada a tua descendência” (v. 7); depois ele faz menção à escolha divina de Jacó e à recusa ou rejeição de Esaú, ambos filho de Isaque: “amei a Jacó e odiei a Esaú” (v. 13); e diz ainda que a eleição de Jacó (assim como a preterição de Esaú) foi antes do nascimento deles: “não tendo eles ainda nascido e nem praticado o bem ou o mal” (v. 11).

 

O ponto aqui destacado pelo apóstolo Paulo é a soberania de Deus na eleição e na preterição (reprovação). Por isso, no verso 14, vem a famosa pergunta retórica de Paulo àqueles que questionavam esse ensino: “que diremos pois? Há injustiça da parte de Deus?” Deus seria injusto em eleger, “amar e odiar”, pessoas antes que elas sequer tivessem nascido ou praticado o bem ou o mal? E a resposta apostólica é categórica: “De maneira nenhuma” (v. 14). Deus não comete qualquer tipo de injustiça em exercer seu direito de soberania em relação à criatura que ele fez.

 

O argumento prossegue a partir do verso 15. Agora Paulo está argumentando não em relação ao que Deus fez, isto é, em escolher ou rejeitar pessoas, mas em relação ao direito de Deus em fazer tais escolhas. O que temos aqui é uma defesa da doutrina da soberania de Deus em relação ao destino de suas criaturas.

 

O primeiro exemplo da defesa de Paulo é Moises (v. 15): “Porque ele diz a Moisés: Eu terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e eu terei compaixão de quem eu tiver compaixão”. Paulo argumenta com base na própria afirmação de Deus a Moisés em Êx 33:19. Deus diz a Moisés naquela ocasião: “E terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer”. Usar de misericórdia é uma prerrogativa divina e Deus tem misericórdia somente de quem ele quer ter misericórdia. A misericórdia não é um direito dos homens. Deus não é injusto, culpado de pecado ou de maldade quando ele não é misericordioso com uma pessoa. Ele não deve sua misericórdia a ninguém.

 

Por isso, a conclusão de Paulo é: “Assim, pois, não é daquele que quer, nem daquele que corre, mas de Deus, que manifesta misericórdia” (v. 16). Ou seja, a misericórdia de Deus não depende “daquele que quer” a misericórdia; também não depende “daquele que corre” ou que faz por onde receber misericórdia, “mas de Deus, que manifesta misericórdia” (v. 16). A misericórdia é um ato soberano, um derramamento soberano de graça sobre pecadores.

 

Em segundo lugar, no verso 17, Paulo menciona os fatos ocorridos ao Faraó do Egito. Assim como Esaú, Faraó é outro exemplo de indivíduo que foi preterido pelo Senhor, a quem Deus decidiu privar de sua misericórdia. Paulo diz: “Porque a escritura diz a faraó: Para este mesmo propósito eu te levantei; para mostrar o meu poder em ti, e para que o meu nome seja declarado em toda a terra” (v. 17). Paulo tem em mente duas passagens do livro de Êxodo. A primeira em Êx 9:16 e a segunda é Êx 11:10.

 

“E na verdade é por esta causa que eu te levantei, para mostrar o meu poder em ti, e para que o meu nome seja declarado em toda a terra” (Êx 9:16). Foi um propósito específico de Deus, como ele mesmo diz, levantar o faraó do Êxodo e endurece-lo para ser, finalmente, engrandecido nele, para que o nome de Deus se tornasse conhecido pelos seus extraordinários feitos sobre o Faraó e sobre todo o Egito.

 

Em Êxodo 11:11, está escrito: “E Moisés e Arão fizeram todas essas maravilhas diante de Faraó; e o SENHOR endureceu o coração de Faraó, para que não deixasse os filhos de Israel sair de sua terra”. Havia um endurecimento da parte de Deus no coração de faraó, para que este continuasse determinado a manter o povo preso e assim, cada vez mais, Deus demonstrasse seu poder através dos sinais e prodígios no Egito. Endurecer o coração significa apenas “entrega-lo” aos desejos do próprio coração caído e rebelde. Significa deixar de usar de misericórdia para com ele e não lhe conceder o arrependimento. Significar deixa-lo continuar obstinado em seus desejos perversos contra Israel, contra Moisés e contra o próprio Deus. Significa faze-lo cego em relação à sua própria maldade e pecado, e cego para perceber o dedo de Deus em todas as coisas que aconteciam no Egito. Significa deixa-lo fazer o que quer e deixa-lo ser o que ele já era: um pecador preso e dominado pelo seu pecado.

 

No verso 18, Paulo reafirma a soberania de Deus em relação à sua misericórdia: “Portanto, ele tem misericórdia de quem ele quer ter misericórdia, e endurece a quem quer”. A soberania divina também está ligada aos atos de endurecimento e preterição. Paulo diz que Deus “endurece a quem quer”. Os homens endurecidos são aqueles que também foram preteridos no decreto divino. O endurecimento total do coração, como em Esaú e no Faraó, são sinais da preterição e da condenação eterna. Este decreto também faz parte das obras de Deus e é um direito do criador sobre a criatura.

 

O argumento definitivo da preterição é concluído nas passagens que se seguem a Romanos 9:19. Primeiro, outra pergunta retórica no verso 19: “Tu dirás a mim então: Por que ele ainda achou culpa? Pois quem tem resistido à sua vontade?”. Paulo deduz que diante de todas as coisas apresentadas, as pessoas perguntarão: “se Deus determinou endurecer o coração do faraó, porque o faraó pode ser culpado de pecado, já que ele não poderia de forma alguma resistir ao endurecimento de coração de Deus”? ou, pode -se perguntar: “como ele pode ser culpado se foi Deus quem o endureceu?”

 

A resposta está nos versos seguintes:

 

Verso 20: “Mas, ó homem, quem és tu, para que contestes a Deus? Dirá a coisa formada ao que a formou: Por que tu me fizeste assim?” Paulo alude ao direito absoluto de Deus em exercer sua soberania como lhe apraz. A criatura jamais poderá contestar o criador “Mas, ó homem, quem és tu, para que contestes a Deus?”. Jamais poderá o homem apelar de maneira legitima ao Criador dessa forma, como se Deus não pudesse criar o que quisesse e para o fim que quisesse. Além disso, uma árvore não pode questionar a Deus, dizendo: “por que não me fez uma planta com flores em lugar de uma jaqueira?”; e o tubarão não poderá jamais questionar a Deus, dizendo “por que não me fez um leão das florestas ou uma águia, em lugar de tubarão?”. O Criador faz o que quer com a sua criação. Ele é o Senhor absoluto da criação e opera nela como deseja, dando-lhe sempre o fim que sua vontade quer. Ele faz o que quer com o que é seu.

 

Essa é a resposta de Paulo à preterição e endurecimento de faraó. Deus é soberano e tem ele misericórdia de quem ele quer, e também endurece a quem quer.

 

Paulo traz mais clareza à soberania de deus em relação à doutrina do decreto da preterição e condenação eterna dos pecadores endurecidos. Ele ilustra com a figura de um oleiro que trabalho na fabricação de jarros em sua olaria:

 

Verso 21: “Não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” A liberdade do oleiro é uma perfeita ilustração para a liberdade de Deus em relação à sua criação. O oleiro faz vasos para fins diversos. Alguns vasos serão usados para fins nobres, de muita honra, contudo, outros vasos terão um fim diferente, sem qualquer honra. Aliás, Paulo diz que serão feitos para a desonra. Nesta figura, o oleiro representa Deus, o Criador. À semelhança do oleiro, Deus pode criar indivíduos para a honra e outros para a desonra. Os vasos feitos para a honra alude aos eleitos de Deus, criados para salvação eterna e graciosa, e os vasos de desonra são aqueles que foram preteridos e abandonados em sua própria rebeldia e pecado, e que serão condenados eternamente. São aqueles que jamais receberão a misericórdia divina em Cristo.

 

Verso 22: “E se Deus, disposto a demonstrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a destruição…”. Note que Paulo chama alguns vasos de “vasos de ira”. Os vasos de ira são aqueles que receberão justa ira de Deus. O soberano Senhor demonstrará sua justiça santa, não nos vasos de misericórdia, mas sob os vasos de ira. O poder de Deus em seu terrível julgamento final de condenação eterna será demonstrado nos vasos de ira. Porém, Paulo afirma que tais vasos de ira foram “preparados para a destruição”, o que é uma alusão ao decreto eterno de Deus da preterição daqueles pecadores não eleitos. O ensino é este: Deus escolheu homens para a salvação, e todos os demais foram rejeitados ou preteridos e destinados à condenação e juízo final sem misericórdia.

 

Por que Deus os rejeitou? O puritano William Perkins afirma que Deus os rejeitou por um exercício de Sua pura vontade soberania. Não porque eram pecadores, pois, no ato de rejeitá-los ou preteri-los, eles não eram pecadores e “não tinham praticado o bem ou o mal”, para que o propósito de Deus prevalecesse. Por que Deus os condenou? Deus os condenou por causa dos seus pecados, com toda justiça. Então, irmãos, temos duas ações divinas que envolvem a doutrina da reprovação. 1. O ato soberano da rejeição ou preterição; 2. O ato da condenação justa dos preteridos.

 

Jerônimo disse: “Se Esaú e Jacó ainda não tinham nascido, nem tinham praticado o bem ou o mal, pelo que poderiam ganhar o favor de Deus ou ofendê-lo, e se sua eleição e rejeição não provem de seus vários méritos, mas da vontade daquele que elegeu e rejeitou, o que diremos? … Está em seu poder e vontade eterna escolher ou recusar um homem sem obras boas ou más” Lombardo disse: “Deus rejeitou quem ele quis, não por quaisquer méritos futuros que ele tenha previsto, mas foi com justiça, embora não possamos conceber racionalmente”. Tomás de Aquino: “Por que ele os elege para a glória, ou os rejeita, ele não tem outra razão a não ser a vontade divina”. Tudo que envolve a preterição está ligado a um ato da livre e soberana vontade de Deus.

 

Nos versos 23 e 24, Paulo menciona os vasos de misericórdia, sob os quais Deus demonstrará sua misericórdia. Portanto, há vasos destinados à ira de Deus e outros destinados à misericórdia de Deus. Há homens que são destinados à condenação, e outros destinados à salvação. Para estes, Deus será misericordioso e Salvador, para aqueles Deus será um juiz santo e justo que castigará neles seus pecados.

 

Nem todas as pessoas gostam de ouvir verdades tão chocantes. Paulo sabia disso e por isso antecipou vários tipos de questionamentos que seriam levantados contra Deus e contra essa doutrina. Tudo isso acontece em nossos dias. Poucas pessoas estão dispostas a aceitarem verdades como essas, porque são profundas demais, e as pessoas não desejam praticar mergulho em altas profundidades na igreja. A maioria dos cristãos contemporâneos deseja nadar em águas superficiais. Mas, irmãos, Deus é um oceano de águas muito profundas.

 

Há algumas semanas eu tive a grata satisfação de pregar naquela maravilhosa passagem de Efésios 1:3-14, em que o apóstolo Paulo exalta e glorifica a Deus pela eleição e predestinação do seu povo para a santificação e eterna salvação. Como eu disse naquela ocasião, é admirável que boa parte dos pregadores contemporâneos se neguem a pregar sobre essa doutrina tão maravilhosa da eleição e predestinação soberana. São realmente poucos os pregadores que estão dispostos a pregar sobre a divina e soberana eleição e salvação de um povo em particular – não de toda a humanidade, mas somente uma parte dela. Alegam que Deus seria injusto se procedesse uma eleição e predestinação desse tipo; alegam que Deus anularia a liberdade de escolha dos homens, destruindo o livre-arbítrio das criaturas humanas. Por fim, terminam por dizer que Deus seria perverso e mal se assim procedesse.

 

De fato, esta doutrina provoca muita reação em seus opositores. Eles simplesmente não aceitam que Deus elegeu e predestinou soberanamente alguns homens para a salvação. Ora, se é um choque e um absurdo para eles aceitar a gloriosa verdade bíblica da eleição e predestinação para a vida eterna, o que pensam eles sobre a doutrina da preterição ou condenação para a morte eterna? Se é demais para eles aceitarem o fato de que Deus escolheu soberanamente somente alguns homens para salvação, que dirão em relação à doutrina da rejeição ou preterição?

 

É importante observar que a doutrina da preterição foi ensinada e pregada pelas igrejas de tradição reformada. E esse fato pode ser visto nas confissões de fé dos séculos XVI e XVII.

 

Confissão Belga (1561): “Cremos que, quando o pecado do primeiro homem (Adão) o lançou com toda a sua descendência na perdição, Deus se mostrou como ele é, a saber: misericordioso e justo… Justo, porque ele deixa os demais na queda e na perdição em que eles mesmos se lançaram” (artigo 16).

 

Segunda Confissão Helvética (1566): “…Mas aqueles que estão fora de Cristo serão rejeitados, segundo a Palavra do apóstolo: ‘Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (capítulo X).

 

Cânones de Dort (1619): “Nesta vida, Deus concede a fé a alguns enquanto não a concede a outros; isso procede do eterno decreto de Deus… segundo o seu justo juízo, ele deixa os não eleitos em sua própria iniquidade e obstinação”. (artigo 6)

 

“Enquanto outros são preteridos na eleição eterna de Deus; estes, Deus, de acordo com seu soberano, justo, irrepreensível e imutável bom propósito, decretou deixa-los na miséria comum em que se lançaram por sua própria culpa, não lhes concedendo a fé salvadora e a graça da conversão, mas permitindo a eles no seu justo julgamento, que seguissem seus próprios caminhos e, finalmente, para a declaração da sua justiça, condena-los e puni-los eternamente, não apenas por causa da sua incredulidade, mas também por todos os seus pecados. Esse é o decreto da reprovação, o qual não torna Deus o autor do pecado, mas o declara como o temível, irrepreensível e justo juiz e vingador do pecado” (artigo 15).

 

Confissão de Fé de Westminster (1647): “Segundo o inescrutável conselho de sua própria vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre suas criaturas, o restante dos homens, para o louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar, mas ordená-los para a desonra e ira por causa dos pecados deles” (Capítulo 3:7).

 

Catecismo Maior de Westminster (1648): “P. 13: O que Deus decretou especialmente com referência aos anjos e aos homens? Resposta: … segundo seu soberano poder e conselho inescrutável da sua própria vontade (pela qual ele concede, ou não, os seus favores conforme lhe apraz), deixou e predestinou os demais à desonra e à ira, que lhes serão infligidas por causa dos seus pecados, para patentear a glória da sua justiça”.

 

Nossos pais batistas, é importante frisar, afirmaram em suas duas primeiras confissões de fé (CFB 1644 e 1689) o seguinte:

 

“Deus, em Cristo, antes da fundação do mundo, segundo o beneplácito de sua vontade, preordenou alguns homens para a vida eterna, por Jesus Cristo, para louvor e glória de sua graça, e deixou os demais em seus pecados para a sua condenação justa, para o louvor da sua justiça” (CFB 1644, Artigo III).

 

Na segunda confissão de fé de 1689, os batistas reafirmaram essa doutrina:

 

“Por meio do decreto de Deus e para manifestação da Sua glória, alguns homens e anjos são predestinados ou preordenados para a vida eterna por meio de Jesus Cristo, para o louvor de Sua gloriosa graça; outros são deixados a agir em seus pecados para a sua justa condenação, para o louvor da Sua gloriosa justiça” (CFB 1689, 3.3).

 

Não há qualquer diferença teológica no pensamento dos batistas em relação à doutrina da preterição em suas duas principais confissões de fé do século XVII. Os batistas afirmam a doutrina da preterição, isto é, que Deus “deixou em seus pecados” todos os homens que não foram eleitos e predestinados para a salvação. Deixar em pecados é o mesmo que entregar tais homens aos seus próprios corações, para que continuem a pecar e seguir todos os ditames de sua própria natureza pecaminosa, e, por fim, serem condenados com justiça por causa dos seus próprios pecados. Preterir significa que a graça salvadora não será derramada sobre eles. Em outras palavras, a eleição para a salvação é o derramamento da graça redentora sobre alguns homens (os eleitos), e a preterição é a ausência desta graça sobre os demais homens (os preteridos).

 

O próprio Jesus Cristo frisou a reprovação e deu graças ao seu Pai por “não revelar” verdades indispensáveis para alguns homens, os reprovados, “porque assim foi do teu agrado”.

 

Assim como a preterição ou reprovação consiste em não dá a graça de Cristo a alguns homens, a salvação reside exatamente no oposto: em eleger e predestinar em Jesus Cristo alguns homens para a eterna salvação.